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Mostrando postagens de março, 2007

Liberdade

Porque esse ciclo? Você começa e começa muito bem, no papel de uma criança que absorve os ensinamentos que lhe são passados a respeito do mundo e como uma descobridora deste mundo cria seu próprio mundo em meio a brincadeiras. Daí os pais e as pessoas ao seu redor começam a te influenciar involuntariamente com suas opiniões, crendices e com seus medos, a partir deste momento algo já lhe é roubado, mas não é algo que se possa perceber no momento em que acontece, porque as coisas acontecem com tanta naturalidade, a final sempre foi assim... É natural lhe roubarem uma parcela de sua liberdade, posto que você sendo uma criança, não possui ainda uma estrutura de caráter formada, portanto não sabe discernir o certo do errado, o bem do mal e assim por diante. Então é necessário que lhe roubem este bem, posto que você não está ainda em condições de decidir por si próprio. Quem decide o que você não pode decidir, são os que por lei, podem decidir (faz sentido?). A primeira fase da perca v

Tiros no escuro

Atiraram em mim e cai escada abaixo. Atiraram e acertaram. Atingiram-me nas víseras. Antigiram-me no coração e o explodira em pedaços. Atiram-me na cabeça e fizeram de meu cérebro fragmentos. Atingiram-me nos membros e me privaram os movimentos. Atingiram-me nos olhos e os tiraram de suas órbitas. Atingiram-me nos ouvidos e desfizeram-se meus tímpanos. Atigiram-me na boca e me tiraram a palavra, me tiraram o sorriso... Eu atirei... O som do projétil disparado no ar ecoou. Atirei na escuridão e acertei. Atingi a máteria estática. Atingi nada mais que o espaço, mas no espaço havia algo... Atingi o tempo, mas no tempo havia algo... Atingi o que me atingiu e juntos agonizamos, nos esvaimos em sangue imundo, que inundou tudo ao redor. Ambos atingidos, estancamos o fluxo, costuramos os furos... Glóbulos brancos e vermelhos espalhados, perdidos, nos enfraquecendo aos poucos pela perca incessante. Me desfiz, me descontrolei e atirei para todos os lados. Atirei e acertei o

Nada além

Ao redor o que se tem não é apenas o que se pode ver. O que se diz ter passado e ficado, não fica não. Irreversão. Possibilidade de impossibilidade. Definição indefinida. Desintegração e reintegração. Disseram-me: "Faça o que tiver de fazer e não olhe para trás". Não irei olhar. A intensidade não se pode prever, nem mesmo a velocidade. E disseram-me: "Assim a vida é". Sim assim é. Assim se conjugam os verbos. Assim foi, assim é e assim será. Vidas conjugadas e julgadas num conjugado apertado de idéias. Papéis e papelões. Figuras e figurões. A imagem foi contida no papel. E o papel contém o que jamais poderá ser contido. A alma já se foi, se é que se pode nela acreditar. A muito no que se acreditar e não há nada no que se acreditar. Um devaneio... Acorde não há nada além de si mesmo, os outros são os outros. Acordei e sim os outros ainda são os outros, mas alguns são muito além dos outros. Alguns sou eu e muito mais, são eu e minha dor, são e