Não deveria esperar pelo sol nem pela chuva de amanhã, Nem me preocupar se o dia será bom ou ruim, Ou se será como imaginei, Não deveria jogar a bola com tanta força para o outro lado do muro, porque corro o risco de não encontra-la jamais. Se olhar para trás, sei o que irei ver, Se olhar ao redor, vejo o que ficou e imagino o que vem além do horizonte, Se olhar para o espaço onde estou, insisto em pensar nos passos que dei e naqueles que quero dar. Se ficar onde estou começo a esperar, Se voltar para onde estava me vem a esperança de poder modificar os quadros tristes e reviver os mais felizes. Jogo a bola para o alto, sei que irá cair mais rápido do que esperava. Mera ilusão ter a bola em minhas mãos. Chuto a bola para frente, mas não corro para ver onde vai dar. A partir daí, apenas a certeza de que não adianta esperar ela voltar, pois sou eu quem deve ir buscá-la.