A cada abrir e fechar de olhos, algo novo surge, numa corrente elétrica perpassando o espaço sem se apoiar em condutor de espécie alguma Os olhos pintam cores de beleza ímpar, decodificadas fantasiando a realidade As cores se dispersam Se concentram Contorcendo-se Misturando-se Num foco desfocado, brincam e dançam Lançam-se lentas, velozes Deslizam lambendo toda a superfície em pinceladas deliciosas Num turbilhão maquiam meu mundo, minha realidade De perto são cada vez mais cores, mais flores, pintores Azul profundo, tranqüilo, num demorado suspiro Faz-me sorrir, com os olhos, dois brilhantes pincéis Ou quem sabe chorar, colorindo-me de emoções As nuances me acolhem, me abraçam Num território matizado de gradações multicores Beijam-me os olhos nutridos por contrastes As cores revelam-se Desnudam-se Confiam-se a mim em meu jogo tingido, pintado de cores Os olhos funcionam assim como uma droga, que ilude, distrai Almejam o belo com um sentimento ag